COMO SE PREVENIR DA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA CRÔNICA

O que é?

A doença arterial coronariana consiste na obstrução das artérias coronárias. Estas são vasos sanguíneos que irrigam os tecidos do coração.

Essas artérias são obstruídas, principalmente, por placas de gordura que se depositam no interior dos vasos e sofrem oxidação. 

Ela constitui a principal causa de morbidade e mortalidade, tanto nos países desenvolvidos como em desenvolvimento. 

Segundo o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no Brasil, quase um terço das mortes têm causas cardiovasculares, sendo sua principal forma a doença coronariana. 

Dados norte-americanos estimam que cerca de 50% dos homens e 30% das mulheres de 40 anos desenvolvem algum grau de doença cardiovascular na vida.

Fatores de risco 

Algumas condições são destacadas como eventuais fatores de risco para doença arterial coronariana, como:

  •  hipertensão arterial sistêmica;
  •  tabagismo; 
  • diabetes melito;
  • história familiar de doença arterial coronariana; 
  • obesidade; 
  • doença renal crônica; 
  • depressão. 

PREVENÇÃO 

Estratégias de prevenção e de identificação precoce da doença coronariana salvam vidas e reduzem a incidência de complicações como infarto e insuficiência cardíaca, além de AVC e outras complicações da aterosclerose. 

A American Heart Association criou o Life’s essential 8 TM. São medidas que conhecidamente melhoram a saúde cardiovascular. 

  1. Dieta saudável
  2. Atividade física regular
  3. Eliminar exposição a nicotina de qualquer fonte
  4. Sono de qualidade
  5. Peso saudável
  6. Redução de colesterol ruim (não-HDL)
  7. Controle de glicose (açúcar) no sangue
  8. Controle de pressão arterial

São todas as medidas já conhecidas, mas como tudo relacionado a comportamento e hábito de vida, nem sempre fácil de se iniciar e de manter. Por isso, ir ao médico, fazer exames e obter orientações é apenas a parte inicial deste processo. São importantes tanto a criação de formas de estimular o início da construção de uma vida saudável e ferramentas para manter os hábitos saudáveis.   

Estratificação de risco 

Você conhece qual o seu risco cardiovascular? Atentar para a estratificação deste risco é o ponto de partida. Esta é realizada por meio de calculadoras validadas, que levam em conta os fatores de risco cardiovasculares e o perfil lipídico do paciente, a partir dos quais se analisa o risco (porcentagem) de desenvolver doença cardiovascular em 10 anos. 

Dieta 

Ao longo dos últimos anos tem sido intensa a busca por uma dieta ideal, desde dietas mais restritivas, com eliminação carboidratos, vegana, períodos prolongados de jejum, até dietas mais permissivas. É possível que não exista uma dieta ideal genérica, mas uma que seja a mais adequada para cada pessoa. A dieta saudável assume importante papel preventivo, e em geral é tida como aquela rica em vegetais, frutas e grãos, com preferência para peixes e carnes vermelhas, evitando-se os excessos, os alimentos ultra-processados e artificiais. O álcool é também um vilão, sobretudo em quantidades excessivas. O seu uso leve pode não ser um fator de risco, e alguns até defendem uso regular de algumas bebidas alcóolicas em quantidades baixas.   

Alguns dados apontam que a dieta com maior benefício cardiovascular é a chamada dieta do Mediterrâneo, caracterizada por ingestão menor que 10% do total de calorias da dieta de gorduras saturadas, além de evitar gorduras trans, consumo de 30 a 45g de fibras ao dia, 200g de frutas, 200g de vegetais e peixe ao menos 2 vezes/semana, de preferência os oleosos. 

Atividade física 

É recomendado a realização de atividade física regular, que deve se estabelecer de forma persistente na rotina, com frequência de, ao menos, três a quatro sessões por semana, de moderada a alta intensidade de, no mínimo, 40 minutos por dia. 

Farmacológico

Em pacientes de alto risco é importante a associação de estratégias farmacológicas, objetivando a prevenção primária ou secundária, como terapia com antiplaquetária e estatinas. Visando ainda a prevenção, é importante priorizar a redução de fatores de risco, como controle de hipertensão arterial sistêmica, interrupção do tabagismo, controle do diabetes melito, perda de peso e controle do estresse. São comuns os inibidores da enzima conversora de angiotensina ou bloqueadores do receptor de angiotensina II, assim como vacinas, para controlar o risco. 

Para aqueles com doença estabelecida, já submetidos à revascularização cardiovascular ou após síndrome coronariana aguda, recomenda-se reabilitação cardiovascular. 

DIAGNÓSTICO 

No diagnóstico de doença arterial coronariana, a suspeita pode surgir a partir da história característica de angina, quando há pelo menos um fator de risco para aterosclerose. 

Entretanto, para auxiliar na confirmação ou excluir a hipótese, ou ainda auxiliar no valor prognóstico, é necessário a realização de exames adicionais, como testes não invasivos de esforço ou exames de imagem. 

Os testes laboratoriais são de extrema importância no auxílio da estratificação do risco e no direcionamento do tratamento, enquanto os testes provocativos proporcionam informações suficientes para confirmar o diagnóstico, são eles:  

  • teste ergométrico (TE); 
  • cintilografia de perfusão miocárdica (CPM) (de repouso e estresse); 
  • ecocardiograma com estresse; 
  • angiotomografia (angio TC) de coronárias com escore de cálcio. 

TRATAMENTO 

Os objetivos do tratamento são a redução de risco de um evento cardiovascular primário, redução do risco de um evento secundário, redução de complicações após um evento e controle de sintomas, para melhor qualidade de vida. Este último objetivo pode envolver a terapia para prevenir ou tratar a angina (dor no peito), com administração de nitratos e betabloqueadores. 

Para atingir os demais objetivos o tratamento dependo da estratificação do risco e envolve geralmente uma combinação de classes de medicamentos. Dentre eles aspirina, estatinas, betabloqueadores, anticoagulantes, alguns novos medicamentos que são associados a redução de risco cardiovascular. 

A identificação de uma obstrução grave indica associar ao tratamento clínico otimizado medidas de intervenção como a angioplastia (stent) e a cirurgia de revascularização (ponte de safena ou mamária). 

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